domingo, 10 de abril de 2011

OFICINA DE ESCRITA


Mais um conto da nossa Oficina de Escrita


O QUÍMICO


Há muito tempo, quando tinha 7 anos, fui passar as férias do Verão a Paris, onde o meu pai trabalhava, pois em Coimbra era tudo muito monótono. Enquanto estava a fazer as malas, pensava nas saudades que iria ter de todos os meus amigos e, certamente, da minha casa em Coimbra, de que agora estava farta. Acompanhada pela minha mãe, segui para Paris.

O meu pai tinha um inimigo a que deram o nome de Doffensmirtz (o pequeno Smartie), mas ele ocultou-nos essa informação, pois corríamos perigo de vida e não nos queria preocupar. O meu pai era um grande cientista que, por ventura, inventou um químico que modificava as forças do ser humano e o Pequeno Smartie queria possuir esse químico.

Quando cheguei a Paris estava bastante satisfeita, pois não fazia a mínima ideia do que se estava a passar, pensava que iriam ser as melhores férias da minha vida, mas não foi o que aconteceu. Fiquei curiosa em relação ao trabalho do meu pai e então pedi-lhe para o acompanhar. Ele cedeu ao meu pedido e dirigimo-nos ao local de trabalho do meu pai, o laboratório. Foi nesse dia que aconteceu uma tragédia, estava no local errado, à hora errada, quando apareceu o Doffensmirtz, mais conhecido por Pequeno Smartie, só aí percebi a gravidade do problema. O Doffensmirtz queria o químico modificador de forças do meu pai:

- Há algum tempo que eu não te via, Pequeno Smartie, desde a feira de Ciências do 8º ano!

- Já te tinha dito que odeio essa alcunha! - indignou-se o Pequeno Smartie –Bem, mas não foi para isso que eu vim aqui, quero esse químico para ser o homem mais poderoso e dominador do mundo.

O Pequeno Smartie amarrou-me a mim e ao meu pai:

- Tens noção que vais voltar a falhar como sempre falhaste estes anos todos, não tens?

- Não, desta vez, ando a planear isso há demasiado tempo para não resultar, e para isso acontecer criei o “Cébrinator” que rouba todas as receitas dos químicos, inclusive o que eu quero.

O Pequenos Smartie colocou o “Cébrinator” na cabeça do meu pai, fiquei verdadeiramente assustada, pois não sabia as consequências daquela máquina. Exerceu a sua ideia e pô-la a funcionar, embora não por muito tempo, pois ela apagou-se por causa das pilhas. Entretanto, pensei no plano perfeito para o parar, inventei que também era cientista e que conseguia reformular o químico. Como idiota que era, acreditou e desamarrou-se. Num copo, misturei água com terra e dei-lhe o “químico”. Acreditou que era o verdadeiro e bebeu-o:

- Que sabor horrível, mas é por uma boa causa...

Sentiu-se imediatamente mal e com a sua distracção e indisposição destruí o “Cébrinator”, desamarrei o meu pai e prendi o Doffensmirtz, enquanto o meu pai chamava a polícia. Depressa chegaram e voltámos a casa.

Acabou o Verão, foi tão rápido que nem dei por ele passar! Voltámos a Coimbra e à rotina monótona. Foram sem dúvida as minhas melhores férias de Verão.

Débora Gomes e Raquel Copeto

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