domingo, 1 de maio de 2011

AS NOSSAS LEITURAS





O PAPALAGUI , de Tuiavii de Tiavéa (depoimento recolhido por Erich Scheurmann, LIDO E PARTILHADO PELO JOÃO LIMA

A personagem de que mais gostei foi Tuiavii de Tiavéa, porque é fiel aos seus princípios e sabe receber bem pessoas diferentes, embora, por vezes, seja intolerante com as atitudes do Papalagui.


A personagem de que menos gostei foi o Papalagui , porque tem obsessões que para mim são compreensíveis por eu viver nesse meio, apesar da estupidez de algumas delas, como por exemplo, o dinheiro (denominado pelo escritor por metal redondo e papel forte) que é uma “coisa” que nos cega completamente das coisas mais importantes da vida, tal como a amizade.


O lugar descrito que mais me impressionou foram as ilhas do Arquipélago da Samoa.

O momento da acção que gostaria de ter vivido foi: gostava de ter assistido a esta acção que vou transcrever: “ Vi um homem cuja cabeça parecia prestes a estoirar, e cujo rosto passava sucessivamente do vermelho ao verde, um homem que rolava os olhos em todos os sentidos, que abria a boca como um peixe que vai morrer e batia com os pés e com as mãos, tudo porque o seu criado chegara um pouco mais tarde do que tinha prometido. Esse atraso mínimo representava para o amo um a perda enorme e irreparável. O criado teve que se ir embora da cabana, pois o Papalagui expulsou-o, dizendo: “Já me roubaste muito tempo! Quando um indivíduo não tem a mínima consideração pelo tempo, só estamos a perder o nosso com ele!”.

Aconselho este livro aos meus amigos porque é um livro divertido e que nos faz ver como os nossos comportamentos nem sempre são os mais correctos.

Indica 3 boas razões para aconselhares um colega teu a ler este livro:
1ª:
Faz-nos ver outra perspectiva (a de um nativo samoano) das nossas acções;

2ª: O autor ironiza algumas acções dos Papalaguis ;
3ª: É engraçado ver a pureza das ideias do nativo.

Transcreve as frases / expressões de que tenhas particularmente apreciado e que gostarias de partilhar com a tua turma.
“Os sítios onde se simula a vida e os muitos papéis fizeram do Papalagui o que ele é: um ser fraco e meio perdido, que preza o que não é real, que confunde a luz com a sua imagem e a vida com uma esteira coberta de inscrições.”


Apresenta a tua opinião em relação a este livro:
É um bom livro, embora seja sempre à volta do mesmo tema. Cada capítulo está subdivido em subtemas e, como já disse, podemo-nos pôr na posição do nativo samoano e assim criticarmos alguns aspectos da nossa vida em sociedade.

Assunto / Resumo
No 1º capítulo, o autor critica o facto de os brancos andarem sempre tapados com muita roupa em vez de mostrarem “as carnes” que Deus lhes deu e quem mostrar essas carnes é considerada uma pessoa desrespeitadora.
Após esse assunto, o autor fala das casas dos Papalaguis (sobretudo os prédios) e sobre as grandes divisões que nelas há como a sala, a cozinha, entre outras às quais ele chama baús. Nesse parte, o autor trata as ruas e descreve-as como elas são: barulhentas e agitadas devido ao comércio, à deslocação das pessoas em transportes e outras razões. No 3º capítulo, o autor fala do dinheiro, dizendo que a obsessão do Papalagui em obter mais e mais riqueza acaba por destruir relações afectuosas pois, segundo o nativo, todos os homens brancos querem obter a máxima riqueza possível.
A seguir, diz que o homem branco deseja muito ter muitas coisas e muitas delas desnecessárias, “gozando” e insultando os que poucos bens materiais têm.
No 5º capítulo, o autor fala sobre como o Papalagui vive a vida a correr por nunca ter tempo e assim não desfruta da bênção de viver.
Após esse tema, Tuiavii de Tiavéa fala acerca do Papalagui ter tornado Deus mais pobre, pois está sempre a roubar o que Deus lhe dá, retirando mais e mais coisas a Deus.
No 7º capítulo, o autor diz que o Papalagui inventa imensas coisas, uma delas, e muito importante, a máquina ,já que hoje em dia as máquinas controlam quase tudo, mas nunca nenhuma máquina será mais poderosa do que Deus.
O autor prossegue a falar sobre as profissões dos Papalaguis, dizendo que nessa profissão desempenham a sua ajuda para a sociedade e que, normalmente, os brancos não gostam das suas profissões, acabando por arranjar confusões com a mesma.
Após esse tema, o autor fala sobre o cinema e o teatro onde se fazem peças e filmes que se assemelham à realidade, mas acaba por ser nesse mundo fantasioso que o Papalagui vive e quando observa a personagem “boa” de uma dessas representações da vida real diz que é igual a ele.
No 9º capítulo, o nativo relata o facto do Papalagui estar sempre a pensar sem deixar o cérebro descansar, impedindo a mente de ser livre e aberta.
No último capítulo, o autor alerta os outros nativos para não se deixarem enganar pelo Papalagui para não cometerem os mesmos erros.


João Lima

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