domingo, 13 de fevereiro de 2011

QUERIDO DIÁRIO, ESTOU EM FLORENÇA...




O cavaleiro prossegue a sua viagem... O seu diário enche-se de memórias que sobreviverão ao tempo...

Florença, Sábado, 28 de Março, 1510

Sapiência de ouro tem esta cidade! Florença, o próprio nome indica a sua inteligência de sábio. Flor de sabedoria que desabrocha e deita sabedoria em forma de planta.
Naquela sala de comer, com uma mesa, várias cadeiras, uma lareira, uma sala simples e rústica onde, porém, toda a sabedoria se reúne. Filosofia, Aritmética, Geografia e Geometria, nada do mundo faltava naquela sala. Eu nem sabia o que dizer. Pitágoras isto, Miron aquilo, falava-se de tudo. Falavam de coisas que nem o meu ser reconhecia. Esta cidade não está só incrustada de mosaicos, está também de sabedoria. Gostaria muito de ficar, mas a minha mulher, filhos e servos estão impacientemente à minha espera.
Uma das coisas que me espantou não foi só a sabedoria, foram também as histórias incríveis que me foram relatadas. Dante e Beatriz, uma história de amor separada pela morte. Dante, os três locais “post-mortem*” só para ver a sua amada. A história de Giotto e Cimabué, o nascimento de um novo pintor. O banqueiro Averardo pediu-me para ficar com ele mas não posso; tenho de rever a minha adorada casa e família. Hei-de voltar aqui, com a minha família, e verão a sua beleza. Irá espantá-los como me espantou a mim.
Amanhã despeço-me deste milagre do Homem e partirei para Génova. Hei-de rever a minha família.

Pedro Latas

2 comentários:

  1. não devia ter usado tantas vezes sapiensia e sinónimos

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  2. Permite-me que discorde. Adorei a forma como usas-te as palavras. cho que soubeste usar as palvras certas e tudo junto... perfeito! Mas também o que é que se pode esperar de um poeta nato não é verdade...

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