domingo, 14 de novembro de 2010

Concurso Direitos da Criança: Eu Tenho Direitos


Também a Daniela Alvarinho participou no Concurso Direitos da Criança: eu tenho direitos, promovido pela CPCJ de Évora. Que grande sensibilidade tem a Daniela!





As lágrimas de uma criança

As lágrimas de uma criança têm dor, amargura.
As lágrimas de uma criança são brilhantes,
do brilho que as rodeia.
As lágrimas de uma criança indicam saudade.
As lágrimas de uma criança não têm casa.
As lágrimas de uma criança não têm amigos.
As lágrimas de uma criança não têm família.
As lágrimas de uma criança não têm amor.
Uma criança tem direito a ter uma casa.
Uma criança tem direito a ter amigos.
Uma criança tem direito a ter uma família.
Uma criança tem direito a ter amor.

Daniela Alvarinho, 7ºE


A história da amizade

Estava sentado à porta da escola, todas as crianças estavam a conviver e a brincar, menos eu. Para mim era normal, não ter uma família, amigos, ou qualquer tipo de objectos para me divertir.
Num dia normal, desci da carrinha do lar, que me traz todos os dias à escola. Reparei que na escola estavam dezenas de pais e encarregados de educação, era estranho ver tantas pessoas, mas, de repente, lembrei-me que era a reunião dos encarregados de educação. Todos os pais foram, excepto os de alguns que se tinham esquecido de dizer aos pais sobre a reunião, a contar comigo, que não me lembrei de dizer no lar que hoje havia reunião. Todas as crianças estavam cá fora a esperar os pais, e eu, como não tinha nada para fazer, comecei a escrever uma história. A minha história começava assim:
Era uma vez um pássaro, que todos os dias deixava cair uma pena. Para si, cada pena era um amigo. Um dia deixou cair a maior das suas penas, era a mais bonita e a mais colorida, não sabia o que fazer, pois nunca lhe tinha acontecido uma coisa como esta.
Uma coisa que ninguém sabia, era que ele não tinha amigos, nem família, estava sempre sozinho.
Nesse mesmo dia, à tarde, já lhe estavam a bater à porta:
- Truz! Truz!
-Mas quem será que me está a bater à porta? – Perguntou-se a si mesmo o pássaro.
Foi abrir a porta e deparou-se com um ser estranho. Era nem mais nem menos uma formiga, que andava por ali à procura de comida. Como não sabia o que fazer, perguntou-lhe o que queria. A formiga, com medo que a esmagassem começou a fugir, mas o pássaro disse-lhe para não ter medo, que ele não lhe fazia mal. Ela parou. Estava prestes a fazer um amigo e a esquecer os que não foram muito bons para ela. O pássaro cumprimentou-a e perguntou-lhe se queria ser sua amiga. Ela disse que sim e depressa começaram a conversar.
Pouco tempo depois ela reparou na grande quantidade de penas que o pássaro tinha amontoado num canto da casa, ficou admirada, pois fora a primeira vez que vira aquilo na vida.
Ele explicou-lhe que, como não tinha amigos, as suas penas eram a sua família e também os seus amigos. A formiga ficou triste por o pássaro não ter ninguém e por a si lhe acontecer o mesmo.
Ficaram muito amigos, agora, todos os dias se iam visitar.
Quando acabei de escrever, reparei que todos os pais já tinham saído da reunião. Estava prestes a ir-me embora, quando me deparei com menino que estava sozinho. Fui ter com ele, ele estava triste, perguntei-lhe o que se passava. Disse-me que não era nada, mas eu apercebi-me que tinha uma grande colecção de penas num dos seus fios. Pensava que não tinha amigos e perguntei-lhe se queria ser meu amigo. Ele disse-me que não, que tinha muitos amigos, mas que também queria ser meu amigo.
Fiquei contente por ainda haver pessoas que gostam de ter muitos amigos.
A partir daí, todos os dias ia brincar com os meus novos amigos. É bom ter amigos! Todas as crianças têm esse direito.

Daniela Alvarinho, 7ºE

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